terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

UNS ÓCULOS PARA A RITA de Luísa Ducla Soares


Coloridos e divertidos...

Lemos mais uma história da autora Luísa Ducla Soares. "Uns óculos para a Rita" e outros para nós foi o resultado final da exploração desta linda história, que nos mostra que às vezes os nossos olhos precisam de uma ajuda para verem melhor as coisas. Construímos os nossos próprios óculos, tão coloridos, pareciam mesmo caixilhos para os nossos lindos olhos.

Cecília Araújo
www.escolinhadamalta.blogspot.com

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ROSA, MINHA IRMÃ ROSA, de ALICE VIEIRA


POR QUE RAZÃO DEVES LER ESTA HISTÓRIA?


Rosa, minha irmã Rosa!

A obra “Rosa, minha irmã Rosa” narra a história de uma rapariga de dez anos, Mariana, e a sua irmã Rosa, que está prestes a nascer.
Rosa nasce e a vida de Mariana muda, pois ela não está habituada à falta de atenção e carinho sobretudo por parte dos pais.
Mariana tem ciúmes de Rosa, porque a atenção recai toda sobre esta.
Mariana ainda pensa muito na avó Lídia, que morrera, pois era ela quem a ajudava a compreender a vida.

Achas que a vida de Mariana pode mudar?

Queres saber, não queres? Então lê o livro, pois vais gostar, tal como eu gostei.
Alice Vieira é uma escritora muito actual.
Lê, com atenção, esta obra para perceberes o quanto vale a pena ser lida!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

FEIRA DO LIVRO E SEMANA DA LEITURA

O Lucas, de 5 anos, encantou quando contou a sua história em verso!




De 8 a 13 de Fevereiro, na Biblioteca da escola sede, a Feira do Livro e Semana da Leitura trouxeram os alunos dos Jardins de Infância e 1º Ciclo a mais uma visita à roda do livro e da leitura.
Não faltaram actividades: as dos contadores de histórias, o teatro, a poesia e as exposições.

Esta Feira do Livro e Semana da Leitura contaram, ainda, com as Ondas de Leitura, que sensibilizou a comunidade educativa para a importância de Ler.

Aqui, fica um dos textos lidos no 1º ciclo:


(pp.74,75)

"-A benção, Mamãe - Beijei a mão dela.
Até na rua, mal iluminada, eu via que o rosto dela estava cansado.
-Trabalhou muito hoje, Mamãe?
-Muito, meu filho. Fazia um calor dentro do tear que ninguém aguentava.
-Me dê a sacola; a senhora está cansada.
(...)
-Por que você me veio esperar?
Ela estava adivinhando.
-Mamãe, a senhora gosta pelo menos um bocadinho de mim?
-Gosto de você como gosto dos outros. Porquê?
-Mamãe, a senhora conhece o Nardinho? Aquele que é sobrinho da Pata Choca?
Ela riu.
-Me lembro.
-Sabe, Mamãe. A mãe dele fez um terninho para ele, lindo. É verde com risquinha branca. Tem um coletinho que abotoa no pescoço. Mas ficou pequeno para ele. E ele não tem irmão pequeno para aproveitar. E ele disse que queria vender... A senhora compra?
-Ih!meu filho! As coisas estão tão difíceis!
-Mas ele vende de duas vezes. E não é caro. Não paga nem o feitio.
(...)
Ela guardava silêncio, fazendo contas.
-Mamãe, eu estou sendo o aluno mais estudioso da minha aula. A professora diz que vou ganhar distinção... Compre, Mamãe. Eu não tenho uma roupinha nova faz muito tempo...
Mas o silêncio dela chegava a angustiar.
-Olhe, Mamãe, se não for esse, nunca vou ter minha roupa de poeta."


(Género: romance juvenil; extracto com pequenas adaptações)
Obra de José Mauro de Vasconcelos

POEMAS



Mas porquê, Inverno?
Ó Inverno, por que és o sentimento
em que a natureza se sente triste?
Parece que foi atingida no coração, sem piedade!…
Mas por que choras assim tanto e tanto… sem parar!
Mas porquê?
Será que tens uma chama que arde lá dentro?
No coração que a faz sofrer!
A Natureza, às vezes, tem tanta dor que as suas lágrimas congelam
e transformam-se em neve branca
como uma folha de papel ainda por pintar!
Mas porquê?
Por vezes até esconde
as suas maravilhas debaixo da terra!
Mas para quê tanta tristeza
e o que fazer com ela?
Pois até a mais bela das folhas
Ela esconde, por ter medo que lhas estraguem!

Sara Inês Martins Costa Pereira, 4º ano
Escola EB1 de Portela do Vade – Atães


Inverno
Ó querido Inverno,
dás-nos ventania.
A chuva cai
e a neve caía.

Querido Inverno,
Sabes o que eu queria?
Que caísse neve
sem ventania.

Ó querido Inverno,
Sabes o que eu sentia?
Que a neve
mal caía.

Ó Inverno, só nos fazes ventania.
Isso é que eu não queria!

Daniela Filipa da Rocha Pais, 4º ano
Escola EB1 de Portela do Vade – Atães



A estação do Inverno!

Inverno, és uma estação!
E eu conheço-te
como se estivesses
na palma da minha mão.

Inverno, não enchas de neve
a minha região!
Porque senão dou um trambolhão!

Julieta e Romeu
São como o vento
e eu.

Inverno a nevar!
Inverno a chuviscar!
Inverno descansa em paz
e, quando acordares,
vais ter tudo o que sonhares.

Luís Pedro Cação de Sousa, 4º ano
Escola EB1 de Portela do Vade – Atães

CORAÇÕES E DECORAÇÕES

No Pico, S. Cristóvão

Os alunos, na Oficina de Escrita, produziram textos alusivos ao amor: amor aos livros, à escola, aos pais... motivos não faltaram para se pronunciarem por escrito. Foram corrigidos e transcritos para corações em cartolina vermelha, que dependurámos, decorando uma haste colocada num vaso com esse fim.

O objectivo foi único: aprenderem a escrever; o resultado, esse, ultrapassou as expectativas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A BIBLIOTECA DA EB1 DE ATÃES








A Turma do 1º ano, no cantinho da leitura da sala de aula, com a profª Patrícia.


OS MELHORES LEITORES

QUANDO LER DÁ PRÉMIOS... em Atães


Emanuel, 4º ano, e profª Ilda Neto.

Profª Patrícia e as alunas (1º ano) Eliana (à sua esquerda, a melhor ilustradora de histórias) e Mariana Fernandes (à sua direita, a melhor leitora).


A profª Fátima Cação e os seus alunos (3º ano); entre eles a melhor leitora, Andreia Rodrigues.


O melhor leitor do 2º ano, Daniel Cação, aluno da profª Inês Veloso.

No Pico, S. Cristóvão


(Da esquerda para a direita)Francisco, Ricardo, Catarina e Joel receberam um diploma e um livro na Biblioteca Escolar à semelhança dos seus colegas de Atães.

A alegria vê-se nos rostos. A atribuição destes prémios visa incentivar a leitura domiciliária e autónoma.


PRÉMIOS ATRIBUÍDO NAS BEs DO 1º CICLO

AS FADAS DE ANTERO DE QUENTAL


AS FADAS ...

São muito desconfiadas:
Quem as vê não há-de rir
Querem elas que as respeitem
E não gostam que as espreitem
Nem se lhes há-de mentir

Quem as ofende... cautela!
A mais risonha, a mais bela
Torna-se logo tão má
Tão cruel, tão vingativa
É inimiga agressiva
É serpente que ali está

E têm vinganças terríveis
Semeiam coisas horríveis
Que nascem logo do chão
Línguas de fogo, que estalam
Sapos com asas, que falam...

Quantas vezes já deitado
Mas sem sono, inda acordado
Me ponho a considerar
Que condão eu pediria
Se uma fada, um belo dia
Me quisesse a mim fadar
O que eu seria?

As fadas... creia nelas!
Umas são moças e belas,
Outras, velhas de pasmar...
Umas vivem nos rochedos,
Outras, pelos arvoredos...
Riem e cantam à beira mar.

Algumas em fonte fria
Escondem-se enquanto é dia
Saem só ao escurecer
Outras, debaixo da terra
Nas grutas verdes da serra
É onde se vão esconder.

O vestir... são tais riquezas
Que rainhas nem princesas
Nenhuma assim se vestiu
Porque as riquezas das fadas
São sabidas e celebradas
Por toda a gente que as viu.


Quando a noite é clara e amena
E a lua vai mais serena
Qualquer um... as pode espreitar.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A PSICOLOGIA DA FÁBULA " A PRINCESA E O SAPO"


A mensagem que é transmitida salienta a necessidade de aceitarmos as várias formas com que as relações podem surgir nas nossas vidas. Pretende levar as crianças a aceitar as diferenças, a procurar a empatia e a valorizar os afectos, num crescimento harmonioso, coeso, com identidade sólida capaz de aceitar os outros, adequando expectativas e preparando-se para a vida adulta, que terá de ser mais responsável, com limites e regras.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A PRINCESA E O SAPO

Ilustração feita pela Eliana Pereira.
Ilustração feita pelo Marco Silva.

Ilustração feita pela Érica Fernandes.

Alunos da profª Patrícia (1º ano/ Atães)



A PRINCESA E O SAPO

Há muito tempo, quando os desejos funcionavam, vivia um rei que tinha filhas muito belas. A mais jovem era tão bela que o sol, que já viu muito, ficava atónito sempre que iluminava o seu rosto.
Perto do castelo do rei, existia um bosque grande e escuro, no qual havia um lago sob uma velha árvore.
Quando o dia era quente, a princesinha ia ao bosque e sentava-se junto à fonte. Quando se aborrecia, pegava na sua bola de ouro para jogar. Essa bola era o seu brinquedo favorito. Porém, aconteceu que, uma das vezes que a princesa jogou à bola, esta caiu directa na água.
A princesa viu como ela ia desaparecendo no lago, que era profundo, tanto que não se via o fundo. Então começou a chorar cada vez mais e não se consolava; de tanto se lamentar alguém ouviu e disse-lhe:
- Que te aflige, princesa? Choras tanto que até as pedras sentiriam pena!
Olhou o lugar de onde vinha a voz e viu um sapo a colocar a sua enorme e feia cabeça fora da água.
- Ah! és tu, sapo - disse.

- Estou a chorar porque a minha bola de ouro caiu no lago.
- Calma, não chores - disse o sapo - posso ajudar-te; contudo, que me darás se te devolver a bola?
- O que quiseres, querido sapo - disse ela - as minhas roupas, as minhas pérolas, as minhas jóias, a coroa de ouro que levo.
O sapo retorquiu:
- Não me interessam as tuas roupas, as tuas pérolas nem as tuas jóias, nem a tua coroa. Mas prometes deixar-me ser o teu companheiro e brincar contigo, sentar ao teu lado na mesa, comer em teu pratinho de ouro, beber de teu copinho de prata e dormir na tua cama? Se me prometeres isto, eu descerei e trarei a tua bola de ouro!
- Oh! Sim- repondeu ela – prometo-te tudo o que quiseres se me devolveres a minha bola.

Entretanto pensou “Fala como um tolo. Tudo o que faz é sentar-se na água com outros sapos a coaxar. Não pode ser companheiro de um ser humano!”.
O sapo, uma vez confirmada a promessa, meteu a cabeça na água e mergulhou. Pouco depois, voltou nadando com a bola na boca, lançando-a na grama. A princesinha estava encantada de ver o seu precioso brinquedo outra vez! Colheu-a e saiu a correr com a bola.
- Espera, espera - disse o sapo - leva-me contigo. Não posso correr tanto como tu!
De nada serviu coaxar atrás dela tão forte quanto pôde. Ela não o escutou e correu para casa, esquecendo o pobre sapo, que se viu obrigado a voltar ao lago outra vez.
No dia seguinte, quando ela sentou à mesa com o rei e toda a corte, estava comendo no seu pratinho de ouro e algo veio se arrastando:
“ splash, splish splash” - pela escada de mármore.
Quando chegou ao alto, chamou à porta e gritou:
- Princesa, jovem e bela princesa, abre a porta.
Ela correu para ver quem estava lá fora. Quando abriu a porta, o sapo sentou-se diante dela e a princesa bateu a porta. Com pressa, tornou a sentar, mas estava muito assustada. O rei deu-se conta de que o seu coração batia violentamente e disse:
- Minha filha, por que estás tão assustada? Há algum gigante aí fora que te quer levar?
- Ah! Não - respondeu ela - não é um gigante, senão um sapo.
- O que quer o sapo de ti?

Contos, fábulas e historinhas: O Príncipe Sapo
- Ah! querido pai, estava a jogar no bosque, junto ao lago, quando a minha bola de ouro caiu na água. Como gritei muito, o sapo devolveu-ma e, porque insistiu muito, prometi-lhe que seria meu companheiro; porém nunca pensei que ele seria capaz de sair da água.
Entretanto o sapo chamou à porta outra vez e gritou:
- Princesa, jovem princesa, abre a porta. Não te lembras do que me disseste junto ao lago?
Então o rei acrescentou:
- Aquilo que prometeste, deves cumprir. Deixa-o entrar.
Ela abriu a porta, o sapo saltou e seguiu-a até à sua cadeira. Sentou-se e gritou:
- Sobe-me contigo.
Ela ignorou-o, até que o rei lhe ordenou que o levasse. Uma vez que o sapo estava na cadeira, quis sentar na mesa. Quando subiu, disse:
- Aproxima o teu pratinho de ouro, porque devemos comer juntos!
Ela fê-lo, porém via-se que não era de boa vontade. O sapo aproveitou para comer, enquanto ela enjoava a cada bocado. Em seguida, disse o sapo:
- Comi e estou satisfeito, mas estou cansado. Leva-me para o teu quarto, prepara tua caminha de seda para dormirmos juntos.
A princesa começou a chorar porque não gostava da ideia de que o sapo ia dormir na sua preciosa e limpa caminha. O rei aborreceu-se e repreendeu a princesa, sua filha:
- Não devias desprezar àquele que te ajudou quando tinhas problemas.
Assim, ela pegou no sapo com dois dedos e levou-o para cima, mas deixou-o num canto. Quando estava na cama, o sapo arrastou-se até ela e informou-a:
- Estou cansado, eu também quero dormir, sobe-me senão conto ao teu pai.
A princesa ficou, então, muito aborrecida.
- Cale-se, bicho odioso - vociferou ela.
- Quero um beijo de boa noite – pediu-lhe o sapo.
Ela beijou-o e ele transformou-se num príncipe de preciosos olhos. Por desejo de seu pai, ele passou a seu companheiro e marido. Ele contou como havia sido encantado por uma bruxa malvada e que ninguém poderia livrá-lo do feitiço excepto ela. Também disse que no dia seguinte iriam todos juntos ao seu reino. Foram dormir e, na manhã seguinte, quando o sol os despertou, chegou uma carruagem puxada por 8 cavalos brancos com plumas de avestruz na cabeça. Estavam enfeitados com correntes de ouro. Atrás estava o jovem escudeiro do rei, Henrique. Henrique havia sido tão desgraçado quando seu senhor foi convertido em sapo que colocou três faixas de ferro rodeando o seu coração, para se acaso estalasse de pesar e tristeza.
A carruagem ia levar o jovem rei ao seu reino. Henrique ajudou-os a entrar e subiu atrás de novo, cheio de alegria pela libertação e, quando já chegavam a fazer uma parte do caminho, o filho do rei escutou um ruído atrás de si como se algo tivesse quebrado. Assim, deu a volta e gritou:
- Henrique, o carro está a romper-se.
- Não, meu amo, não é o carro. É uma faixa no meu coração; coloquei-a por causa da minha grande dor quando eras sapo e prisioneiro do feitiço.
Duas vezes mais, enquanto estavam no caminho, algo fez ruído e cada vez mais o filho do rei pensou que o carro estava a romper. No entanto, eram apenas as faixas que estavam a desprender-se do coração de Henrique, porque o seu senhor estava livre e era feliz.


(Fábula)