segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Aldeia das Flores, de António Mota


Um grupo de alunos do 4º ano de escolaridade da EB1 de Atães escreveu, após a leitura da obra supracitada, o primeira a ser publicada por Mota, uma carta ao Sr. Presidente da Câmara da Aldeia das Flores.
Uma carta cheia de indignação, mas, simultaneamente, cheia de esperança. Vejamos o que dizia:


Exmo. Sr. Presidente

da Câmara da Aldeia das Flores


Assunto: Rio da Aldeia das Flores Poluído!



Nós, um grupo de alunos do 4º ano de escolaridade da Escola EB1 de Atães, vimos, por este meio, solicitar, a Vª Exª, alguns minutos da vossa atenção para um problema que se arrasta desde algum tempo sem saída à vista.
Julgamos que o futuro da Aldeia das Flores está comprometido com a ameaça da nova fábrica que lança todo o tipo de esgotos, sem tratamento, para o leito do rio da Aldeia Florida, da nossa Aldeia tão amada. Como deve imaginar, no próximo Verão, não poderemos frequentar a praia fluvial, os pássaros vão abandonar esta terra, as árvores deixarão de florir, os frutos, que não deram flor, não regressarão às árvores de caules enfraquecidos, menos verdes, mais escuros, quase castanhos. O ar contaminado, pelos fumos dessa frábrica, farão com que se respire menos bem e com que crianças e idosos, sobretudo, adoeçam gravemente.
Sr. Presidente, pelas razões que apontamos, estará o Sr. impressionado a ponto de fazer desde já alguma coisa capaz de desacelerar este processo?

Um presidente é um presidente e se não for capaz de nos ajudar, sozinhos, pouco ou nada faremos. Precisamos da sua ajuda!

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos com elevada estima e consideração.




Atães, 15 de Abril de 2010


Os alunos,

Emanuel e Sara



domingo, 25 de abril de 2010

LIBERDADE


POEMA DA LIBERDADE


Liberdade,

Que palavra gloriosa!

É uma palavra respeitada

e muito valiosa!



Ser livre é algo bom;

é algo inexplicável.

É uma coisa única,

e muito agradával.


Acordar e dizer:

"Bom - dia" aos pássaros a voar.

É um sentimento

que dá para impressionar.


O Cravo!

é o seu símbolo.

Um cravo encarnado!

Quando o admiramos

ficamos enamorados!



Sara Pereira, aluna do 4º ano de escolaridade, da profª Ilda Neto.



O MENINO E O 25 DE ABRIL


TODA A REVOLUÇÃO DEIXA UM RASTO VERMELHO


DIA 25 DE ABRIL, DIA da LIBERDADE







Luís Cília canta a sua canção de 1964 e hino de resistência, «Canção Final, Canção de Sempre», com poema de Manuel Alegre. A gravação foi feita num restaurante de Paris, onde o autor, exilado, ganhava a vida cantando. Devido à proibição dos seus discos em Portugal, esta música foi editada no nosso país com a voz de Adriano Correia de Oliveira.


UM TESOURO...


Nos dias que teimam,

florescem outras raivas,

Outras Birras,

Outras Falhas!



Fraquezas Humanas,

Ódios antigos!


-Removam os medos,

soltem os demónios.



-Coragem, amigos!



Salazar Morreu.

Qual D. sebastião,

ou Jesus Cristo!



Salazar morreu!

Está enterrado

em campa rasa:

deixem-no estar

a expiar seus erros,

nesse degredo

sem nome...



Conquistemos de novo

a liberdade,

palavra tão cara,

palavra saudade!



(Teresa Soares)

OS PRIMOS E A BRUXA CARTUXA, de Isabel Alçada e Ana Mª Magalhães

Quando Os Primos, a Bruxa Cartuxa e a Águia socorreram a baleia amiga, presa no iceberg.
Os alunos do 3º ano de escolaridade da profª Fátima Cação alteraram o final da história, substituindo a águia por um helicóptero, para removerem mais facilmente a baleia em perigo. Escreveram um texto que descrevia esta ilustração.
Este trabalho é de um menino de nome Joel Sebastião.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

DIA 23 DE ABRIL - DIA MUNDIAL DO LIVRO E DO AUTOR


Nesta data celebra-se também o direito de autor. Um direito que é reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos do Homem (artigo 27º) e pela Constituição da República Portuguesa (artigo 42º). O direito de autor funciona simultaneamente como garantia de defesa do património e dos valores culturais.

O dia mundial do livro e do direito de autor é celebrado a 23 de Abril em 100 países. A data foi instituída pela Conferência Geral da
UNESCO para prestar tributo aos grandes autores da literatura mundial que nasceram ou morreram neste dia. É o caso de Cervantes, Shakespeare, Inca Garcilaso de la Vega e Vladimir Nabokov.
A celebração procura também encorajar as pessoas, especialmente os mais jovens, “a descobrir o prazer da leitura e a respeitar a obra insubstituível daqueles que contribuíram para o progresso social e cultural da Humanidade” (UNESCO).

A ideia de celebrar este dia surgiu na Catalunha, onde é oferecida uma rosa a cada pessoa que compra um livro. Desde então o dia 23 de Abril tem sido comemorado de diversas formas um pouco por todo o mundo. Todos os anos o Comité da UNESCO nomeia a Capital Mundial do Livro.

OS PARDAIS DAS ÁRVORES


Era uma vez uma fonte à beira da estrada. Os pardais das árvores vizinhas tinham ali o seu ponto de encontro. Matavam a sede, tomavam banho, chilreavam uns com os outros. De semana a semana, vinha um homem, sempre de automóvel, buscar água à fonte. Enchia uma quantidade de garrafões de plástico e, depois, abalava. Nessas alturas, a pardalada fugia para o poiso das árvores e ficava a observar.

— O que é que ele vai fazer com tanta água? — intrigava-se um pardalito novo.
— Deve ir regar as couves — sugeria um pardal.

— Para regar as couves é pouca — replicava uma velha pardoca, muito conhecedora da vida.

— Então é para ele beber — propunha outro pardal.

— Para ele beber é muita — replicava a velha pardoca.

— Para o que será? — perguntava o pardalito, sem que ninguém soubesse responder-lhe.

Decidiu investigar. Voou atrás do automóvel, mas como ainda tinha as asas com pouca força e a estrada era às curvas e contra-curvas, perdeu-lhe o rasto. E perdeu-se. Esvoaçou ao calhas, até descer sobre um telheiro, junto à estrada. No telheiro havia melões à venda e cebolas e batatas e garrafões de vinho. Alto lá! E também havia garrafões de água, tal e qual os que o homem do automóvel enchia, na fonte dos pardais.
Se o pardal soubesse ler, leria no rótulo dos garrafões: "ÁGUA DA FONTE DA SAÚDE – Graças a ela, os novos crescem e os velhos não encolhem".

Aos saltinhos, diante dos garrafões, o pardalito admirava a fotografia do rótulo. Lá estava a fonte, centro da sua vida, e uns passarinhos a beber água no rebordo do tanque. Vendo bem, aquele mais pequeno, à direita, podia ser ele, o pardalito aventureiro. Muito orgulhoso da sua descoberta, o pardal voou muito alto, tão alto que, lá de cima, viu o telheiro dos garrafões, a estrada às curvas e a fonte da Saúde ou dos pardais, donde ele viera. Disparou em direcção ao ponto de partida e muito excitado piou para os companheiros:

— Já sei o segredo dos garrafões. O homem anda a vender o nosso retrato mais o retrato da nossa fonte.

— E a água para que serve? — perguntou um companheiro.

— Para segurar o nosso retrato — respondeu, prontamente, o pardalito.


António Torrado
www.historiadodia.pt

terça-feira, 20 de abril de 2010

O Pão dos Outros

Clube Contadores de Histórias

O pão dos outros
Remi está a conversar com a avó.
Gosta de a ouvir falar dos seus tempos de menina.
– Na minha aldeia, na Provença, pelo Ano Novo, no primeiro dia de Janeiro, toda a gente oferecia uma prenda a toda a gente. Vê lá se és capaz de adivinhar o que seria.
Remi lança palpites:
– Comprar prendas para a aldeia inteira… É preciso muito dinheiro. Quer dizer que as pessoas eram ricas?
A avó riu-se:
– Oh, não! Naquele tempo, tinha-se muito pouco dinheiro e ninguém na aldeia comprava prendas. Nem sequer havia lojas como há hoje.
– Então faziam as prendas?
– Não propriamente!
– Então como é que faziam?
– Era muito simples. Ora ouve…
Antigamente, cada família fazia o seu pão. Não havia água corrente nas casas. Então íamos buscá-la à fonte, no largo da aldeia.
E, no dia um de Janeiro, de manhã muito cedo, a primeira pessoa que saía de casa, colocava um pão fresco no bordo da fonte, enquanto enchia a bilha de água. Quem chegava a seguir pegava no pão e punha outro no mesmo lugar para a pessoa seguinte, e assim por diante…
Desta forma, em todas as casas, se comia um pão fresco oferecido por outra pessoa. Nem sempre se sabia por quem, mas garanto-te que o pão nos parecia muito bom porque era como se fosse um presente de amizade.
As pessoas que estavam zangadas pensavam que talvez estivessem a comer o pão do seu inimigo e isso era uma espécie de reconciliação…

Durante alguns dias, esta história andou a martelar na cabeça de Remi.
Uma manhã, teve uma ideia.
Meteu no bolso uma fatia de pão de lavrador. É o pão que se come na casa de Remi.
E na escola, um pouco antes do recreio, Remi pousou o pão bem à vista, em cima da carteira de Filipe, o seu vizinho.
Filipe está sempre com fome e repete sem cessar a Remi:
– Oh! Que fome, que fome eu tenho! Bem comia agora qualquer coisa!
Quando Filipe viu a fatia de pão, que rica surpresa! Sabia muito bem quem lha tinha dado, mas fingiu que não sabia.
No recreio, todo contente, comeu o pão sem dizer nada a Remi, mas…
No dia seguinte, sabem o que é que Remi encontrou em cima da carteira, mesmo antes do recreio? … Um pedaço de cacete!
Um grande pedaço bem estaladiço! Um verdadeiro regalo!
Filipe ria-se.
E assim continuaram a dar um ao outro presentes de pão.
Na aula, a Carlota e a Sílvia estão sentadas logo atrás de Filipe e de Remi. Rapidamente souberam da história do pão e quiseram também participar nas surpresas.
No dia seguinte, Sílvia levou uma fatia de cacetinhoe Carlota uma fatia de pão centeio.
Outras crianças quiseram participar nas prendas de pão.
Apareceu pão grosseiro, pão de noz, pão de sêmea, pão sem côdea, pão caseiro, pão fino, pão russo, negro e um pouco ácido, que Vladimir levou, pedaços de pão árabe, que a mãe de Ahmed cozera no forno, e ainda muitos outros tipos de pão.
Desta forma, quase toda a turma se pôs a trocar pedaços de pão durante o recreio.
A professora apercebeu-se das trocas e perguntou:
– Mas o que é que vocês estão aí a fazer?
Carlota e Remi contaram-lhe toda a história do pão dos outros.
E logo após o recreio, o que é que estava em cima da secretária da professora? …um pedaço de pão!
Toda a classe tinha os olhos postos na professora. Ela sorriu e comeu o pão.
E, no domingo seguinte, quando Remi viu a avó, era ele que tinha uma história para lhe contar:
– Sabes, avó? Olha, na minha turma…

Michèle Lochak
Le pain des autres
Paris, Flammarion, 1980

sábado, 17 de abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Conta-me uma História

A Fábula "O Leão e o Rato" a cargo do Tiago, Emanuel e Pedro; alunos de 4º ano, da profª Ilda Neto.


A Fábula "O Rato do Campo e o Rato da Cidade", a cargo destas três alunas: Andreia, Mariana e Raquel, do 3º ano, da profª Fátima Cação.



Os alunos do 3º e 4º anos da EB1 de Atães, na Rádio Escola da Sede do Agrupamento, prepararam, em definitivo, as duas fábulas para o Concurso Nacional "Conta-me uma História". Este trabalho de articulação entre a BE CRE e a sala de aula teve o seu culminar na rádio escola, onde contámos com a colaboração do prof. Avelino de Educação Musical.

O Pinheirinho Aventureiro, de Renata Gil

O Pinheirinho Aventureiro, inspirou um trabalho de dobragens: os alunos aprenderam a construir um pinheirinho e um passarinho de papel.
Os alunos do 1º ano mostram os trabalhos que realizaram na fase final do estudo desta obra, que despertou neles um grande entusiasmo pela leitura, interpretação do texto linguístico e icónico.
O Pinheirinho, modelo de imitação.

O Pinheirinho da dobragem.

O Pinheirinho Aventureiro, de Renata Gil
A história que as imagens sugeriram
O Pinheirinho Voador (título atribuído pelos alunos)
1º ano da Escola EB1 de Atães (PNL), alunos da
profª Patrícia Cunha
Era uma vez um pinheirinho muito pequenino que viajava para conhecer novos amigos e conhecer o planeta terra.
Um passarinho, certo dia, foi conversar com o pinheirinho, seu amigo:
- Pinheirinho, tu tens de conhecer o planeta terra!
- Mas eu estou preso à terra!
Entretanto, veio um vento forte e arrancou o pinheirinho. O passarinho foi, com ele, indicar-lhe os sítios mais belos da terra.
Os peixinhos, quando viram o pinheirinho, pensaram: “Como é que aquele pinheirinho consegue voar?!”.
Mais adiante, uma menina tenta apanhá-lo; corre, corre…mas, como não tem folhas, não consegue apanhá-lo!
O passarinho e o pinheirinho, ao anoitecer, deitaram-se num telhado para descansar. O telhado era vermelhinho e quentinho.
Durante a noite, o pinheirinho ouviu um barulho estranho, abriu os olhos e decidiu ir ver o que se passava num túnel perto daquele telhado onde estava. Do túnel saiu um comboio escuro.
Continuaram viagem. Viram duas senhoras a tricotar cada uma o seu cachecol. Estas, ao verem o pinheirinho voar, acharam-no muito estranho!
Eles, o pinheirinho e o passarinho, algum tempo depois, passaram por uma cidade bonita. Nessa cidade, havia um chafariz muito grande: eles foram lá matar a sede! À noite, houve uma festa numa aldeia e as pessoas começaram a olhar para o céu por causa do pinheirinho voador. Um pouco mais à frente, encontraram um campo de girassóis, onde se divertiram muito. Cansados, um foi para Norte e outro foi para Sul! O passarinho despediu-se do pinheirinho, pois tinha de ir alimentar os seus filhotes.
O pinheirinho estava muito triste, tinha saudades da sua casa! Queria, finalmente, ficar preso à terra, onde nascera.
O pinheirinho e o passarinho voltaram a encontrar-se e sentaram-se num telhado por baixo da lua grande e brilhante.
Os meninos de uma escola colocaram-no no jardim dessa escola e, no Natal, decoraram-no com bolas, fitas e uma estrela.
O passarinho ia sempre visitá-lo e contar-lhe, nessa altura, as histórias que conhecia quando viajava.

(Ensaio de criatividade) Março/ 2010

Entrega de prémios aos nossos melhores Contadores de Histórias

Durante a IX Feira do Livro e Semana da Leitura, decorreu o concurso "Pequenos Contadores de Histórias", cujos resultados ultrapassaram as expectativas. Apresentamos, aqui, aqueles que venceram o concurso, que muito agradou a toda a comunidade escolar.
"Tenho em casa um gatinho", por Lucas Gonçalo de 5 anos (o menino que exibe os livros). Na sala de Emília Ribeiro, em Aboim da Nóbrega. Foi o único representante do Ensino Pré- escolar, contudo encantou o público e o júri.
O Lucas ganha um diploma e uns livros e os meninos da sua sala também recebem um livro, para que sintam que é um prémio colectivo, com proveito para todos: a partilha ( de um livro, de um prémio, de um amigo...).


"A Velha e o Garrafão", foi a história contada po Catarina Cação (aluna do 2º ano, da EB1 de Atães; aluna da profª Inês Veloso), que mereceu 0 1º lugar exaequo.


"O Coelhinho Branco", foi a história contada por João Cardoso (aluno do 4º ano, da profª Adelaide Torres, da EB1 de Dossãos), que mereceu o 1º lugar exaequo.

"O Pedro e o Lobo", foi a história contada por Sara Pereira (aluna do 4º ano da Profª Ilda Neto, na EB1 de Atães), que mereceu 0 1º lugar exaequo.